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TEXTO
1. CONCEITO URBANO
Analisando as diversas passagens com imensa qualidade urbana ao redor do terreno e suas potencialidades para um fluxo de pedestres, eixos foram traçados a partir dessas passagens em direção ao local, onde vãos foram criados entre os novos edifícios. Uma vez que o local é próximo do centro da cidade, a tendência é que as pessoas vão até lá a pé ou de bicicleta, usando as estreitas passagens como “corta caminhos”. Ao criar a possibilidade de passagens pelo novo empreendimento através dos vãos criados, o fluxo de pedestres e a sociabilidade da comunidade são reforçados.
A maneira em que os novos edifícios são organizados, seguindo o tecido urbano da área, formou um espaço comum entre eles, onde o verde é predominante. Este espaço comum é um espaço público que faz a transição ao acesso do empreendimento que é privado, além de que as novas casas e edifícios são melhores insolados e ventilados a partir desse vazio urbano.
2. O EMPREENDIMENTO
O complexo é composto de 4 blocos de apartamentos com partido horizontal e mais um bloco composto de casas geminadas. O acesso aos apartamentos se dá através de galerias e um subsolo atende a todos os apartamentos e outro às residências geminadas. Os blocos são subdivididos em: A, B, C, D e E. O bloco A são 13 residências, o bloco B: 24 apartamentos, bloco C: 5 apartamentos, D: 5 apartamentos e E mais 13 apartamentos, num total de 60. Diversas tipologias são adotadas, apartamentos de um só nível, duplex e triplex. Já as casas geminadas, seis delas propõe-se um local para um “home-office”, portanto para dar um movimento interessante na fachada, essas casas têm 3 andares e estão intercaladas com as outras de 2 andares. O projeto aqui apresentado é o bloco A, as 13 casas geminadas.
3. CONCEITO ARQUITETÔNICO
O Conceito Arquitetônico do projeto é o contato visual com o exterior amplamente explorado, onde o verde do entorno e do paisagismo visualmente entram na residência através de grandes janelas de vidro protegidas por delicados brises de alumínio. Com a adoção do conceito “Plan Libre” de Le Courbousier no Térreo a transparência é alcançada, em que ao entrar na casa se vê o lado externo através das janelas da cozinha, dando uma sensação de amplitude ao projeto.
4. TIPOLOGIA
Feita a sondagem, foi constatado um lençol freático razoavelmente alto, portanto o nível do subsolo e de todo o complexo adotado no projeto foi setenta centímetros acima do nível da calçada. Com essa diferença de nível, o subsolo ganhou luz natural e mais ventilação. As residências foram projetadas com escadas de acesso ao Térreo e o espaço comum elevado ganhou um pouco mais de privacidade, dando a conotação ambígua (público? ou privado?) esperada quanto a sua função, já que fica aberto durante o dia. O acesso ao Térreo por uma escada frontal assemelha-se com a tipologia das residências Holandesas encontradas em Amsterdam e Utrecht. A partir daí aspectos da arquitetura e arte da Holanda tornaram-se parte do partido arquitetônico adotado para as residências do bloco A. As fachadas com elementos volumétricos sobressalentes, o detalhe da sacada e cor azul no brise, fazem uma referência ao De Stijl e Rietveld, onde as janelas com suas diversas opções de abertura criam uma complexidade organizada com referência a Mondrian.
5. AS FACHADAS
Iluminação natural e ventilação cruzada são bem resolvidas pela opção do partido arquitetônico adotado. Grandes janelas de correr nas fachadas frontais protegidas por brise, janelas de correr nos fundos e janelas com diversas opções de aberturas nos andares superiores. Volumes retos, organizados e que se compõem entre si formam a dinâmica da fachada. Na entrada das casas foi projetado um elemento vertical revestido com madeira que marca e define bem seus acessos. Esse elemento se destaca na fachada branca e cheia de vidros e a porta de entrada se destaca em relação a ele, já que é de madeira revestida com chapa trapezoidal de alumínio em cor natural. Volumes sobressalentes nas fachadas da frente e dos fundos protegem da chuva e do sol os acessos, portanto, protegem os que ali estão à entrar.
6. O BRANCO
Para destacar a intervenção arquitetônica em relação aos prédios, casas e espaços públicos ao redor, a adoção do branco na residência foi uma premissa do projeto. Branco… Usado com genialidade por tantos mestres da arquitetura mundial, Mies, Le Courbousier, Oscar Niemeyer, Álvaro Siza… desta vez parte integrante da composição estrutural. Um branco não aplicado como revestimento sobre paredes e estruturas e sim o Cimento Cauê Estrutural usado para a execução de lâminas de concreto travadas por laje, também concretadas com Cimento Cauê branco Estrutural (CPB 40). A opção por uma concretagem completa, formando uma “caixa” vazia por dentro e onde paredes internas de gesso formam os ambientes, além de enriquecer a qualidade arquitetônica facilita a manutenção das fachadas, já que não precisam ser pintadas.
Concretado com fôrmas metálicas os furos do cimbramento das formas de concreto permanecem e são tapados com tubos de acrílico de diversas cores fixados com silicone transparente. Os tubos de acrílico acontecem somente em duas residências das extremidades do bloco A, onde a luz entra através dos furos passando pelo acrílico colorido e criando uma inusitada iluminação natural colorida. Essas cores, de certa forma, fazem uma referência a arquitetura Holandesa mais recente com atitudes mais ousadas de quebras de monotonia. O piso é feito com cimento Cauê polido mais liso e delicado que as paredes. Portanto, o branco interno da construção reina soberano no aconchegante lar, interrompido apenas pelo verde externo e pelos móveis do proprietário.
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